quarta-feira, 16 de junho de 2010

MOMENTOS...


Num mundo que persiste em ser
Cada vez mais igual a si mesmo,
Que eu saiba tecer o pano da vida,
E reencontrar a certeza de SER alguém.
Que eu saiba entrar no meu espírito e no meu corpo,
E possa celebrar a vida em cada Átomo do meu ser.
Que em cada Lua Cheia,
Eu olhe para cima,
E nas árvores desenhadas num céu luminoso,
Eu consiga vislumbrar no Horizonte,
A Luz que me parece longe.
Que eu possa acariciar as flores selvagens das minhas incertezas,
E cobri-las com as mãos,
E possa libertá-las, sem estragar nenhuma,
E transformá-las em plena abundância e amor.
Que os meus amigos sejam da espécie que ama o silêncio,
Que sejam inocentes e despretensiosos,
E que eu seja capaz de uma nobre gratidão.
Que eu saiba manifestar a Alegria adormecida em meu coração,
E que eu sinta a certeza do Amor nos meus ossos e no meu sangue,
No Espírito, na Alma e no Coração.
E
Sinta também o teu Amor,
Respirar-te em cada inspiração…
E libertar-te em cada expiração,
Desejando-te rios de felicidade em sossego e bendições,
Nos caminhos que procuras,
E te conduzem a encontros felizes e prósperos.
Que o meu Ser fale sempre a verdade sobre a alegria e a dor,
Em palavras que soem com o aroma de alecrim.
Que o sopro das minhas vidas passadas,
Abençoem a minha presente vida,
Onde meus medos e seus derivados,
Sejam queimados no fogo interior
Da Essência que me criou.
Que eu não sucumba à auto piedade,
Num mundo de gente que nos julga pelas aparências,
Que nos sufoca a voz,
No ruído das suas vaidades pessoais,
E nos engana e despreza por sermos diferentes.
Que eu possa fazer parte do novo trabalho de regeneração da Terra,
E não perturbar o lugar onde estou e manifesto a minha existência.
Que eu consiga ter força no olhar,
E ser impecável em todas as minhas atitudes.
Que o Universo me refresque na cascata da Abundância,
E que a minha sensibilidade se abra àqueles que habitam fora da riqueza,
Da fama e dos privilégios,
Que um dia andaram descalços,
Mas seus pés, providos de Asas,
Souberam encontrar a Paz, o Amor, a Harmonia...
Que aqueles que são dominados pela arrogância
Do ter e do saber,
Não encontrem o caminho que chega à minha porta.
E quando chegar o Inverno,
Que eu me sente ao lado do fogo, numa lareira inventada,
E veja as chamas brilhando para o que vier,
E que eu nunca sinta o impulso de aconselhar, sem que me peçam.
Que eu possa ter um simples banco de madeira, com verdadeiro regozijo.
Que o lugar onde habito seja como uma floresta.
Que hajam caminhos e veredas, cavernas, poços, árvores e flores, animais e pássaros,
O Sol, a Lua e as Estrelas,
Todos por mim inventados e reverenciados.
Que minha existência mude o mundo,
Só por ser quem sou,
Crescendo como as árvores e,
Aprendendo no sussurrar do vento.
Um dia destes, jogarei fora a minha roupa,
E de túnica me vestirei,
Fazendo um pacto de Amor
Para conservar uma Fé inabalável…
Que eu nunca encontre desculpas para ser oportunista,
E que eu saiba que não tenho outra opção,
Que não seja,
Ser eu, simplesmente, com tranquilidade e amor.
Que eu saiba fazer escolhas todos os dias,
E quando falhar, que eu me conceda o perdão.
Que eu não tenha medo ou vaidade de enfrentar no espelho
O meu próprio reflexo…
Reflexo de um passado…
E nessa imagem inacabada, pendente,
Eu trace as linhas do Presente,
Que a minha Essência revelar…
Essência de Amor,
Harmonia,
Paz

Airam

Em, 15 de Junho de 2010

2 comentários:

Anónimo disse...

Quem escreveu este texto, bonito e sentido, tem muito valor.

Anónimo disse...

o valor expresso por palavras é o resultado de um real valor interior da própria autora, como o tenho sentido, vivido e visto, parabens minha querida ARIAM