domingo, 11 de julho de 2010

O lucro e a ganância do ter sobrepõe-se à felicidade do ser


No ambiente social actual prevalecem e aumentam as injustiças, desigualdades, exploração e opressão do homem pelo próprio homem. Muitos desta grande humanidade, já sentimos pulsar a necessidade de buscar a libertação, e sentimos que isso é inevitável para uma mudança urgente, porque os males impostos pelos grandes dominadores alastram-se a uma grande velocidade.

Sentimo-nos fartos de viver num mundo em que as injustiças são o selo das sociedades, sociedades programadas para se supervalorizar o ter e desprezar o ser. A pessoa é respeitada pelo que tem, e não pelo que é. Tem de ter largos milhares no banco e se apresentar com um bom carro para ser respeitada... aí tem tudo e todas as portas se abrem. Se não tem esse selo de apresentação, um bom carro de última gama e muitos milhares, mesmo sendo um cidadão honesto, tudo lhe é recusado... é um pobre coitado! Tem de se sujeitar às esmolas que os senhores do poder decidem atirar, esperando um grande agradecimento do pobre coitado...

O lucro e a ganância do ter sobrepõe-se à felicidade de ser pessoa. Fomenta-se a competição a tal ponto, que só resta aniquilar os mais fracos e mais sensíveis, negando-se a solidariedade e a criatividade.

As restrições ao pleno desenvolvimento humano são impostas de forma tão brutal, que só alguns, os poucos privilegiados socialmente, se mantém à tona da água nos seus luxuosos barcos, sorrindo para os que estão na margem.

É necessário repensar um mundo melhor, mais justo, solidário e humanizado, pois os senhores que nos governam acham-nos demasiado insignificantes e por isso nos esmagam com as suas leis desumanas e inaplicáveis num mundo realmente humano que tanto desejamos.

A história fala-nos de movimentos que se formaram para enfrentar as infindáveis dificuldades que surgem como consequencia do egoísmo e da maldade humana. Não tardará a existência de novos movimentos necessários para conseguirmos superar os problemas de cada dia, em busca da sobrevivência, em busca de uma nova sociedade.

Quem consegue viver de cabeça levantada, como exige a sua condição humana?? Se os senhores do poder adormecem a pensar no novo imposto para sugar a nossa energia!! Acordam para legislar novos impostos e novas formas de acorrentar as pessoas!!
Somos devorados por impostos e mais impostos, que sugam a capacidade de sorrir e de esperar uma vida digna.

Muitos se sentem envolvidos neste sentir e buscam a sua emancipação humana, num desejo de se libertarem das garras de tais opressores, os fazedores de impostos injustos e violentos... a nova arma para aniquilar a classe média, são os impostos a qualquer preço, já que a classe alta nada sofre e a classe pobre já está há muito na planície empestada de vampiros que não os deixa levantar a cabeça. O que importa é cobrar impostos. O bem-estar das pessoas nada importa.

Sim, devemos transformar a realidade. Como? Começando a pensar em novas formas de luta. As manifestações já não são a melhor luta, pois corremos o risco de ser espancados até à morte e será mais um que vai para a vala do esquecimento.

Paradoxo dos paradoxos, até os polícias já não podem cumprir a sua missão de defensores de gente honrada... coisa nunca vista! polícia que agrida bandido tem a sua sina lida, que é o mesmo que dizer, tem a sua vida estragada.

Já não dá para suportar este ambiente deteriorado pelos senhores do poder, que idealizaram um tipo de sociedade baseada no consumismo cruel, imposto por propaganda agressiva... e agora temos um povo acorrentado com dívidas, sem capacidade para se libertar dessas correntes...

Os senhores do poder usaram e fomentaram a ignorância, conduzindo uma população inteira para o abismo...
E agora?
Temos de pensar melhor, agir melhor... e esperar que os movimentos de libertação surjam, movimentos baseados em acções pacifistas, que restituam à sociedade os valores humanos perdidos...

Augusto Vilaverde

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