quinta-feira, 1 de julho de 2010

OPRIMIDOS

O comprometimento com a vida, tem de ser a ideia fundamental dos novos oprimidos, que estamos a ser.
Pensar a nossa existência em dignidade e valor e termos consciência do nosso papel humano, influente acima de tudo, e libertador...
O medo da liberdade está patente em nós, temos medo de pensar bem e de agir em conformidade. “Não penses” é o que ouvimos vezes demais.

A luta pelos direitos humanos, pelo trabalho livre, pela afirmação dos homens como pessoas, foi uma luta que só começou porque a desumanização se instalou insensivelmente nas sociedades, tendo como resultado uma "NOVA ORDEM MUNDIAL", injusta, que gera a violência dos opressores e dos oprimidos.

A violência dos opressores torna-os desumanizados, mas leva também os oprimidos a lutar contra quem os faz menos pessoas, contra quem lhes rouba os direitos que levaram gerações a serem conquistados.

A luta contra os opressores só fará sentido, se a mesma for uma busca do humanismo perdido, uma tarefa libertadora, cuidando para não virarmos também opressores, atentando para uma verdadeira libertação, a dos oprimidos e opressores, estes últimos vítimas da sua grande e egoística ignorância humana.

Na sociedade global violenta, os opressores, egoístas por natureza, constroem a desumanização intencional. Depois, aparecem camuflados de falsa generosidade, de caridade humilhante, em que o homem é tratado como uma “coisa” a quem se atiram umas migalhas para calar essa “coisa” que anda, fala, dorme, trabalha e reproduz-se.

Na busca de libertação, vemo-nos perante sofisticados opressores, donos do saber, impondo habilmente que sejamos meros ouvintes e executantes passivos, e que acreditemos que nada sabemos.

Ora, a libertação do oprimido, que somos actualmente, devolve-nos a vontade de reconquistar a dignidade de podermos interagir, de podermos aprender e simultaneamente partilharmos o saber adquirido com o tempo, sermos ouvidos e respeitados.

Conquistar terreno fértil, onde possamos compartir experiências, ao invés de aceitar cegamente as novas metodologias que inviabilizam uma sociedade mais próspera e humana, onde possamos, através da crítica construtiva e do diálogo sem medo, descobrir a humanização necessária ao desenvolvimento e à felicidade dos povos.

As elites dominadoras são arrogantes por natureza e desumanas, ignoram intencionalmente que a pessoa é o centro da transformação do mundo. Semeiam divisões, pois sabem que a união é o elemento indispensável a qualquer acção libertadora.

E por assim ser, as elites dominadoras, os tiranos, promovem e reforçam a sua unidade, organizam-se à volta dos grandes interesses do poder e do dinheiro, para formarem uma torre de poder esmagadora.

Desmistificar a realidade é o primeiro passo para libertar as pessoas da ilusão e da mentira, mas é algo contrário à vontade dos opressores, elite dominadora, por isso mentem, dando um falso conhecimento de si mesmos e da verdadeira face social, impedindo assim a transformação desta sociedade injusta em que temos de viver por necessidade.

Uma sociedade, paradoxalmente, cada vez menos dividida, estando os privilegiados de um lado, egoisticamente trabalhando contra a maioria dos des-privilegiados, do outro lado, impedindo que esta maioria usufrua das riquezas, incluindo da riqueza da educação, da riqueza de uma saúde estável e consciente e do bem-estar humano.

Tanto mais haveria para compartir, mas fico-me por aqui, numa atitude de consciência reflexiva…

Acrescentando que, se as pessoas se humanizarem, se trabalharem juntas, farão deste mundo, um sítio ideal para vivermos em liberdade e respeito. Utopia? Que o seja… mas consciente de que é uma utopia realista…
David Simões

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